9 de novembro de 2020

as aberturas de CORES, de Ruben A. (1960)

«Branca». «D. Branca morava no Porto e sofria, por vezes, de chiliques inofensivos.»

«Roxo». «Tinha os olhos roxos, de vidente.»

«Amarelo». «Findo o espectáculo, em toda assistência se notava um contentamento pouco expressivo.»

«Azul». «A transfusão de sangue tinha operado o seu milagre -- realmente o sangue azul corria-lhe nas veias em caudal abundante, até mesmo para um bom aproveitamento sanguíneo eléctrico.»

«Pardos». «Os Pardos viviam fora da cidade.»

«Vermelho». «Todas as vezes que entrava numa sala onde estava gente ele fazia-se vermelho.»

«Preto». «A morte do Preto começava na terça-feira».

«Verde». «Foi gratuitamente e por acaso que estando ontem na Ribeira das Naus a olhar para um Tejo verde me espantei a trouxe-mouxe.»

Ruben A. (1920-1975), Cores, 2.ª ed., Lisboa, Assírio & Alvim, 1989

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