29 de abril de 2018

Uma leitura de O romancista ingénuo e Sentimental...

Foi com muito gosto que li este livro há cerca de 2 anos. Aprendi bastante e foi uma oportunidade de reflexão sobre o modo como encaro a literatura. É um livro que recomendo vivamente não só para quem se dedica ao estudo da literatura, mas também para quem se aventura na sua escrita. E mesmo a quem, sendo "apenas" leitor, a deseja compreender melhor. 
Espero que apreciem tanto como eu. Na impossibilidade de estar presente na próxima sessão, deixo-vos um pequeno texto de sintese que escrevi na sequência da sua leitura: 
Este livro não é um romance. É o registo do romance pelos olhos do romancista. A síntese que corporiza uma arte poética em sentido lato ou uma arte do romance, uma vez que esse o objeto de estudo e de exercício artístico.
O livro resulta da colação das palestras “Charles Eliot Norton” proferidas pelo autor em 2009, na Universidade de Harvard. Nele expõe a sua forma de ver e escrever o romance, contrapondo sempre uma perspectiva histórica da origem e evolução do romance, bem como dando enfase ao modo como, enquanto leitores, nos identificamos, sentimos e agimos nas nossas esferas social, política e pessoal, em função do seu impacto.
Em jeito de síntese, e explicitando o titulo da obra, o autor apresenta duas formas basilares de encarar o romance. A forma sentimental, de acordo com Schiller, na qual se encontra “um estado de espírito que se afastou da simplicidade e do poder da natureza e ficou demasiado envolvido nas suas emoções e nos seus próprios sentimentos”. E a forma ingénua, que vê o “romance oitocentista balzaquiano como um modelo natural a seguir e o aceitavam sem nunca o questionarem. (http://aprateleiramaisalta.blogspot.pt/) 
Desejo-vos uma óptima sessão! Abraço a todos!

27 de abril de 2018

o início de CAFÉ REPÚBLICA

«Até àquele dia de Junho de 1914 nunca fora pronunciado, em Vila Velha e no seu Concelho, o nome de Sarajevo.» Álvaro Guerra, Café República [1982], 3.ª ed., Lisboa, O Jornal, 1984, p.5.

23 de abril de 2018

as palavras e as ideias

«As ideias têm outra luz antes de se esconderem nas palavras. Explodem na treva antes de arrefecerem nos sinais. Mas quanta luz se ganha no manuseio, na interrogação, no vocabular das palavras.» António Borges Coelho, Donde Viemos -- História de Portugal, vol. I [2010], 2.ª ed, Lisboa, Editorial Caminho, 2015, p.  11,

19 de abril de 2018

o início de A TEMPESTADE

«Contra o seu costume, Albano viera tarde e entrara sem os cuidados tidos nas outras noites, quando queria abafar rumores; logo, porém, volvera às precauções de sempre.» Ferreira de Castro, A Tempestade [1940], 16.ª ed., Lisboa, Cavalo de Ferro, 2017, p. 11.

11 de abril de 2018

"Aqui há lobos"...

«Aqui há lobos que sobrevivem contra todas as probabilidades, que encontram caminhos para perpetuar a espécie, que caçam como não devem e são caçados como não podem.»  Ricardo J. Rodrigues, Malditos -- História de Homens e de Lobos, Lisboa, Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2014, p. 14.

5 de abril de 2018

Mário Sacramento sobre PRAÇA DA CANÇÃO

«[...] Manuel Alegre conduz o lirismo do eu ao plano de uma expressão colectiva que as experiências teorizadas do nós jamais haviam atingido.» Mário Sacramento, «Sal e trevo: um sentido fulgurante de epopeia», prefácio a Manuel Alegre, Praça da Canção [1965],  4.ª ed., Mem Martins, Publicações Europa-América, 1979, p. 19.