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30 de abril de 2024

JOSÉ RÉGIO: 11 OBRAS, 22 POEMAS - XIII

 

OS EPITÁFIOS – EPITÁFIO PARA UM DOS GRANDES DO MUNDO

 

Tapando a ouro as chagas e os agravos,

Lidou com seus irmãos como com bestas:

Das fêmeas comprou a carne,

Dos machos, a consciência e a vontade.

No ódio dos escravos

Perdurou sua memória.

De histórias como estas,

Não continua a história

Senão na Eternidade.

 

--- Filho do Homem, 1961


23 de abril de 2024

JOSÉ RÉGIO: 11 OBRAS, 22 POEMAS - XII

 

O AMOR E A MORTE - MONÓLOGO A DOIS


Sábia talvez inconsciente,

Doseando, com volúpia, uma ancestral sofreguidão,

Ali onde o desejo mais me dói, mais exigente,

Me acaricia a tua mão.

 

De olhos fechados me abandono, ouvindo

Meu coração pulsar, meu sangue discorrer,

E, sob a tua mão, na asa do sonho, eis-me subindo

Àquele auge em que todo, em alma e corpo, vou morrer…

 

--- Filho do Homem, 1961


19 de abril de 2024

JOSÉ RÉGIO: 11 OBRAS, 22 POEMAS - XI

 

O AMOR E A MORTE – POEMA

 

Crispou-se a minha mão sobre o teu sexo.

Fecharam-se-me os olhos sem querer…

De que abismos voava até ao fundo?

E a minha mão sondava

E triturava

Aquele mundo

Tão pequenino e tão complexo:

O teu mistério de mulher.

 

--- Filho do Homem, 1961