Sem virtudes notórias, o soneto brincalhão, com que pretendi parodiar a paixão de Bentinho, personagem notável de Machado de Assis, tinha ficado no seu habitat natural, entre outros papeis sem futuro.
Aí morreria se o Confrade Fernando Faria não me tivesse instado, de viva voz, a dar-lhe luz, referindo desafio já feito em Comentário que me escapara.
Dois pensamentos acudiram à testa:
"sincera-mente!"
"como bom Noviço, faz o que te indicam."
Pego então no primeiro verso e nos dois últimos, em alternativa.
OH! FLOR DO CÉU! OH FLOR CÂNDIDA E PURA,
Porque me escondes esse olhar candente?
C'um piscar de olho, seria contente
E largaria, aos pés, esta tortura.
Para os meus males essa era a cura
Deste doer... pior que dor de dente.
Vá! Não te rias, que me pões doente.
Olha p'ra mim: vê quanta ternura!
Que bom seria nós os dois, juntinhos,
A rebolarmos entre flores e palha,
As mãos tecendo mil e um carinhos!
Assim, arisca... ai que Deus me valha!
Mato-me: um tiro e vou para os anjinhos...
PERDE-SE A VIDA, GANHA-SE A BATALHA
ou, respeitando a alternativa de "Bentinho de Assis"
Assim, amen!, nada há que valha
A esta sede louca de beijinhos.
GANHA-SE A VIDA, PERDE-SE A BATALHA
Muito bom!
ResponderEliminarNão sei se Machado de Assis teria preenchido melhor os versos em branco!
Pena não haver o vídeo da declamação de estreia, igualmente magistral.
Parabéns sinceros, mais uma vez, ao "Bocage" de Manteigas!
Só agora tomei conhecimento da existência deste blog. gostaria apenas de dizer que também (como aprendiz de poeta) atrevi-me a também completar os versos deste soneto inacabado. Encontra-se neste endereço: https://www.recantodasletras.com.br/sonetos/7857132
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