21 de setembro de 2021

FERREIRA DE CASTRO E ROBERTO NOBRE EM "PASSAGEIRO CLANDESTINO"

Do primeiro volume de Passageiro Clandestino, diário de Mário Dionísio este ano publicado com um volume de notas de Eduarda Dionísio, retiro o seguinte apontamento relacionado com a sua saída/expulsão do Partido Comunista:

«6.9.56
Manhã e parte da tarde em Sintra com M. L. e a E. Enquanto a Maria vai mostrar o Palácio à Eduarda, longa conversa no café com o F. de C. Percebo a insistência com que ele me dizia há tempos que aparecesse, para conversarmos. Queria saber directamente «do meu caso». É com natural satisfação que o ouço dizer-me a indignação com que repudiou certas apreciações e falsas narrações que alguns «amigos» meus lhe haviam feito a meu respeito. A velha campanha que já não me surpreende nem indigna. Velha, e ao que parece, já tristemente histórica... Nem o F. de C. nem o R. N. - que passou ontem à tarde cá em casa e que, de certo modo, a puxar a conversa - podem compreender nada disto até ao fundo e em toda a sua vastidão. Faltam-lhes pormenores, a experiência real de certas pessoas, que julgam conhecer pelo seu convívio acidental de café. Falta-lhes, além de tudo, um ângulo de visão que, abrangendo por dentro os meus objectivos e os, supostamente iguais, das pessoas de que falam, lhes permita ajuizar em pormenor. Mas há neles qualquer coisa que os não deixa enganarem-se. Sensibilidade? Vontade de justiça? Confiança no homem?»

12 de setembro de 2021

EVOCAR JOSÉ RÉGIO - 120º ANIVERSÁRIO DO SEU NASCIMENTO

No próximo sábado, 18 de Setembro, sessão evocativa de JOSÉ RÉGIO na Biblioteca Municipal de S. Domingos de Rana. Para efeitos de controle da lotação da sala (máximo de 25 pessoas), pede-se seja feita inscrição pelos números de telefone indicados no cartaz.



5 de setembro de 2021

RUBAYAT de Omar Khayyan

 Poesia, para me comover, tem de ser excelente, ou, definindo melhor, tem de aconchegar-se ao meu gosto... que não sei definir neste caso específico, confesso.

Entretanto, é de poesia que venho escrever, recomendando a leitura de Rubayat, sua obra mais conhecida entre nós, numa versão hodierna.

Surpreendente que um matemático persa dos séculos 11 e 12  que, entre outras coisas, foi poeta, me tivesse despertado a atenção a este ponto. Atrevido sobre as determinações religiosas, ousado nas conceções de vida e de morte, apresenta-nos posições filosóficas em que descubro muitas das minhas posições interiores sobre o princípio, o meio e o fim da realidade (ou da ilusão) humana.

Deixo-lhe a ligação de acesso: clique em https://bibliotronicaportuguesa.pt/livronicos-na-internet/ e depois procure «Khayyan»; mais um clique e ficará com o livro disponível para leitura, sem custos.

Experimente: vale a pena.