Como aquelas taças pesavam
Quando vazias até nós vieram...
Depois ficaram quase esvoaçantes
Mal o vinho dentro lhe puseram:
Como corpos que mais leves se volveram
Ao habitá-los almas crentes.
Abu Al-'Abdari (Cacela Velha, Vila Real de Santo António, séc. XI)
versão de Adalberto Alves (Lisboa, 1939), O Meu Coração É Árabe (1987)
Fui ver as minhas fotografias de Cacela Velha. Abu Al-Abdari tem nome de rua, mas a placa toponímica (em belo azulejo) indica séc. XI. Outro poeta de Cacela é Ibn Darraj Al-Qastalli. Tem nome de largo e indicação de 958-1030 como período existencial. Diz Sophia em "A conquista de Cacela" (LIVRO SEXTO): «As praças fortes foram conquistadas / Por seu poder e foram sitiadas / As cidades do mar pela riqueza // Porém Cacela / Foi desejada só pela beleza»
ResponderEliminarObrigado, meu caro. Já emendo. Fui certificar-me ao Adalberto, e assim é. Sim, esse belo poema da Sophia, que lemos confinados, mas juntos.
EliminarInteressante, sim...
ResponderEliminar...e vetusto.
Eliminar"A embriaguez báquica como parábola do êxtase espiritual" 🙂
ResponderEliminarComo falámos na última sessão, os árabes é que eram os sofisticados nessa altura...
EliminarEsta veio muito a propósito! Há dias revisitei Cacela Velha e dei (outra vez) com os olhos na placa toponímica. Logo formulei um propósito, já antes firmado mas não cumprido: desta vez não iria passar sem espiolhar qq coisa acerca desse poeta. E não é que...? Vantagens de privar com eruditos...
ResponderEliminarInteressante. Tem um sabor bem clássico, o poema... Traz-nos à memória Dionísio, Baco... E talvez nos mostre que já nesses tempos se cultivavam boas cepas para aquelas bandas...
O vinho aparece com frequência na poesia árabe e persa, tanto quanto julgo saber; não sei que raio lhe fizeram, ao vinho, pois o Maomé é o mesmo...
EliminarPúblicas virtudes, vícios privados...
EliminarEu acho que isso é mais agora. Não estou nada a ver o Bin Salman, por exemplo a privar-se do seu malte...
EliminarBom poema.
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