7 de dezembro de 2023

TEM DIAS XVII

 



ORPHEU E EURYDICE


Juntos passavam no cair da tarde

Jovens luminosos muito antigos



SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, musa 

3 comentários:

  1. Tem dias? Tem duas (linhas)! (Com as minhas desculpas à Poeta Sophia e ao Laurindo Góis, pela brincadeira). Grande poema!

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  2. Seria interessante ver até que ponto este dístico se articula na obra a que pertence com poemas contíguos ou que fazem parte da secção em que ocorre. Em Dual (1ª ed. de 1972), a mítica Eurídice é introduzida na secção “I – A Casa”, chamando os temas da morte e da ressurreição. No próprio poema “Eurydice”, um quarteto («O teu rosto era mais antigo de que todos os navios / No gesto branco das tuas mãos de pedra / Ondas erguiam seu quebrar de pulso / Em ti eu celebrei minha união com a terra») e no que se lhe segue, “Eras Bela” (um quinteto). Em obras de Sophia, os poemas de uma secção estão intimamente relacionados entre si. A morte de Eurídice (morte-ressurreição-morte) parece associar-se em Dual à “morte” da casa da infância de Sophia (Casa do Campo Alegre) onde ela brincou com o primo Ruben (Ruben A.) e que marca presença em várias das suas histórias.
    Mas o amigo Laurindo estará certamente no debate da Comunidade de SDR no dia 29 deste mês, e disto nos falará.

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  3. Um dístico que é uma legenda. O resto ou é silêncio ou a teia tecida pelo Manuel.

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