16 de dezembro de 2023

 

If I Must Die

If I must die

You must live

To tell my story

To sell my things

To buy a piece of cloth

And some strings,

(make it white with a long tail)

So that a child, somewhere in Gaza

While looking heaven in the eye

Awayting his dad who left in a blaze

-and bid no one farewell

Not even to his flesh

Not even to himself-

Sees the kite, my kite you made, flying up

Above

And thinks for a moment an angel is there

Bringing back love

If i must die

Let it bring hope

Let it be a tale


Refaat Alareer (Gaza, 23 setembro 1979 - Gaza, 6 dezembro 2023)

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Se eu tiver de morrer

Tu tens de viver

Para contar a minha história

Para vender as minhas coisas

Para comprar um pedaço de pano

E algumas cordas

(fá-lo branco com uma longa cauda)

Para que uma criança, algures em Gaza

Enquanto olha o céu nos olhos

Esperando o pai que partiu numa labareda-

Que não se despediu de ninguém

Nem da sua carne

Nem de si mesmo-

Veja o papagaio, o meu papagaio que tu fizeste, voando para cima

Acima

E pense por um momento que um anjo está ali

Trazendo de volta o amor

Se eu tiver de morrer

Que isso traga esperança

Que isso seja um conto


7 comentários:

  1. Excelente. É dos que gostaria de ter sido eu a escrever.

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  2. Um bom poema.
    Não vou ser cínico, nem entrar em considerações.
    Não esqueço:
    1) Os inocentes mortos pelo Hamas nos assaltos aos kibutz -- ou seja, aos israelitas pacíficos e muitos deles solidários com os palestinos (uma acção nos colonatos ilegais é que era, mas esses fazem parte da própria agressão governamental israelita, não estão lá para se deixarem matar) --; crianças ou velhos, homens ou mulheres.
    Todo o ataque ao aparelho repressivo israelita é legítimo; como todo o ataque a civis é crime.
    2) A matança indiscriminada que está acontecer em Gaza perpetrada a mando dos bandoleiros, dos racistas e dos fora-da-lei do governo israelita. Julgamento e cadeia com eles.

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    Respostas
    1. Classifiquei o poema, e só.
      Sobre o que se passa ali, seria necessário um blogue específico que ainda teria entradas daqui a mil anos.

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    2. E, já agora: recomendo a leitura de DISPARA QUE JÁ ESTOU MORTO, de Júlia Navarro, sobre o tema. Seria uma boa proposta para uma sessão do Clube, se não tivesse umas 900 páginas

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  3. Também gosto do poema e da mensagem nele contida (apesar de um tanto 'previsível ')
    Sobre aquela horrivel guerra, ela está condenada a só acabar quando os cadáveres de um dos lados, sobretudo Israel, forem tantos que isso se torne absolutamente insuportável, ou quando não restar um único palestiniano...
    Dois estados soberanos é a única solução. Setenta e tantos anos parece que ainda não foram suficientes para aquela gentinha chegar a essa conclusão.

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  4. Estou solidário com a mensagem deste poema.

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  5. Já tinha gostado quando ouvi, mais agora ao ler ❤️ Também gostei da tradução, Sara.

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