If I Must Die
If I must die
You must live
To tell my story
To sell my things
To buy a piece of cloth
And some strings,
(make it white with a long tail)
So that a child, somewhere in Gaza
While looking heaven in the eye
Awayting his dad who left in a blaze
-and bid no one farewell
Not even to his flesh
Not even to himself-
Sees the kite, my kite you made, flying up
Above
And thinks for a moment an angel is there
Bringing back love
If i must die
Let it bring hope
Let it be a tale
Refaat Alareer (Gaza, 23 setembro 1979 - Gaza, 6 dezembro 2023)
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Se eu tiver de morrer
Tu tens de viver
Para contar a minha história
Para vender as minhas coisas
Para comprar um pedaço de pano
E algumas cordas
(fá-lo branco com uma longa cauda)
Para que uma criança, algures em Gaza
Enquanto olha o céu nos olhos
Esperando o pai que partiu numa labareda-
Que não se despediu de ninguém
Nem da sua carne
Nem de si mesmo-
Veja o papagaio, o meu papagaio que tu fizeste, voando para
cima
Acima
E pense por um momento que um anjo está ali
Trazendo de volta o amor
Se eu tiver de morrer
Que isso traga esperança
Que isso seja um conto
Excelente. É dos que gostaria de ter sido eu a escrever.
ResponderEliminarUm bom poema.
ResponderEliminarNão vou ser cínico, nem entrar em considerações.
Não esqueço:
1) Os inocentes mortos pelo Hamas nos assaltos aos kibutz -- ou seja, aos israelitas pacíficos e muitos deles solidários com os palestinos (uma acção nos colonatos ilegais é que era, mas esses fazem parte da própria agressão governamental israelita, não estão lá para se deixarem matar) --; crianças ou velhos, homens ou mulheres.
Todo o ataque ao aparelho repressivo israelita é legítimo; como todo o ataque a civis é crime.
2) A matança indiscriminada que está acontecer em Gaza perpetrada a mando dos bandoleiros, dos racistas e dos fora-da-lei do governo israelita. Julgamento e cadeia com eles.
Classifiquei o poema, e só.
EliminarSobre o que se passa ali, seria necessário um blogue específico que ainda teria entradas daqui a mil anos.
E, já agora: recomendo a leitura de DISPARA QUE JÁ ESTOU MORTO, de Júlia Navarro, sobre o tema. Seria uma boa proposta para uma sessão do Clube, se não tivesse umas 900 páginas
EliminarTambém gosto do poema e da mensagem nele contida (apesar de um tanto 'previsível ')
ResponderEliminarSobre aquela horrivel guerra, ela está condenada a só acabar quando os cadáveres de um dos lados, sobretudo Israel, forem tantos que isso se torne absolutamente insuportável, ou quando não restar um único palestiniano...
Dois estados soberanos é a única solução. Setenta e tantos anos parece que ainda não foram suficientes para aquela gentinha chegar a essa conclusão.
Estou solidário com a mensagem deste poema.
ResponderEliminarJá tinha gostado quando ouvi, mais agora ao ler ❤️ Também gostei da tradução, Sara.
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