«[...] «não há poeta, que o seja de nascença e de índole, que não proteste -- clara ou veladamente -- contra o presente, contra o imediato existente, quer se debruce sobre o passado, quer se volte para o futuro.»
Não, caro, estamos a falar do João de Barros (1881-1960), poeta do século XX, aliás grande personalidade cívica e intelectual da primeira metade do século passado, além de poeta muito relevante (uma poética vitalista, distante dos choramingas habituais). Como acontece com muitos poetas (ponha-lhe dezenas) relevantes do século passado que passaram ao lado do modernismo, a academia e jornalismo saloios ignoram, aliás com jactância, ocupados, como costumo dizer, com o estudo da roupa interior do Pessoa e da genealogia do seu barbeiro (é verdade que era barbeiro de um génio, mas mesmo assim...).
E já agora - na minha pulsão biografista - pai de Henrique de Barros, Ministro de Estado no 1º Gov. Constitucional da República de Abril e padrinho da filha de Ferreira de Castro, não é verdade? Quem for à Praia de Santa Cruz, veja o monumento ali levantado a este autor da «poética vitalista», com uma inscrição da autoria do nosso patrono. Também lá está monumento a Antero de Quental que visitou a praia... Mas para conhecer é preciso ir, o caminho faz-se caminhando, lá dizia o poeta :)
É isso mesmo, e ainda sogro de Marcelo Caetano, com quem manteve relações familiares cordiais, pese as divergências políticas. Do Henrique de Barros, agrónomo, um dos professores expulsos da universidade em 1934 (Aurélio Quintanilha, Bento de Jesus Caraça, Agostinho da Silva, Rodrigues Lapa e tantos outros), lembro-me dele como presidente da Assembleia Constituinte, membro do PS e depois do PRD; como ministro não tenho ideia.
Quanto à roupa interior e ao barbeiro do Pessoa, nada a opor. O homem foi suficientemente grande para se falar disso com toda a calma. Agora até se diz que havia outra namorada para além da Ofélia. Tenho de averiguar :)
Já li. Eh, uma namorada... Deve ser uma história parecida com a do Salazar garanhão... Ao que sei, a senhora, inglesa, era cunhada do meio-irmão do Pessoa, e houve um brevíssimo flirt, com troca de cartas umas semanas antes de ele morrer. Era um tipo que não estava fadado.
Amor platónico, pois, apesar da pouca consistência da expressão. Veja-se o caso da jovem namorada do mago Aleister Crowley, o tal que visitou Pessoa em 1930 e simulou o célebre suicídio. Quem quiser saber mais que vá à Boca do Inferno ver a placa alusiva. A rapariga impressionou o poeta solitário: «Apetece como um barco «Tem qualquer coisa de gomo. «Meu Deus, quando é que eu embarco? «Ó fome, quando é que eu como?» :) :)
É verdade, que belo poema... Não tinha ideia dessa atracção pela miúda do aldrabão. Por outro lado, o "Antinoous" é um poema homoerótico. Em que ficamos? Era só estetismo?...
Ah...estava a ver que não. Quanto ao Dr Henrique de Barros estive perto dele na Madeira . Estudava na altura ainstalação dum posto zootécnico na Camacha junto à vivenda da escritora Helena Marques . Um longo planalto aonde dei largas à minha imaginação . Eu vivia em frente.Quanto aos nossos poetas...absolutamente de acordo.
Quem é este João de Barros? Estamos a falar do nosso JB da época clássica que firmou o mais belo no idioma, dos historiador das Décadas...?!
ResponderEliminarNão, caro, estamos a falar do João de Barros (1881-1960), poeta do século XX, aliás grande personalidade cívica e intelectual da primeira metade do século passado, além de poeta muito relevante (uma poética vitalista, distante dos choramingas habituais). Como acontece com muitos poetas (ponha-lhe dezenas) relevantes do século passado que passaram ao lado do modernismo, a academia e jornalismo saloios ignoram, aliás com jactância, ocupados, como costumo dizer, com o estudo da roupa interior do Pessoa e da genealogia do seu barbeiro (é verdade que era barbeiro de um génio, mas mesmo assim...).
EliminarNa academia, excepções, por exemplo: David Mourão-Ferreira, José Carlos Seabra Pereira. Mas isto é aristocracia.
EliminarE já agora - na minha pulsão biografista - pai de Henrique de Barros, Ministro de Estado no 1º Gov. Constitucional da República de Abril e padrinho da filha de Ferreira de Castro, não é verdade? Quem for à Praia de Santa Cruz, veja o monumento ali levantado a este autor da «poética vitalista», com uma inscrição da autoria do nosso patrono. Também lá está monumento a Antero de Quental que visitou a praia... Mas para conhecer é preciso ir, o caminho faz-se caminhando, lá dizia o poeta :)
ResponderEliminarÉ isso mesmo, e ainda sogro de Marcelo Caetano, com quem manteve relações familiares cordiais, pese as divergências políticas. Do Henrique de Barros, agrónomo, um dos professores expulsos da universidade em 1934 (Aurélio Quintanilha, Bento de Jesus Caraça, Agostinho da Silva, Rodrigues Lapa e tantos outros), lembro-me dele como presidente da Assembleia Constituinte, membro do PS e depois do PRD; como ministro não tenho ideia.
EliminarQuanto à roupa interior e ao barbeiro do Pessoa, nada a opor. O homem foi suficientemente grande para se falar disso com toda a calma. Agora até se diz que havia outra namorada para além da Ofélia. Tenho de averiguar :)
ResponderEliminarJá li. Eh, uma namorada... Deve ser uma história parecida com a do Salazar garanhão... Ao que sei, a senhora, inglesa, era cunhada do meio-irmão do Pessoa, e houve um brevíssimo flirt, com troca de cartas umas semanas antes de ele morrer. Era um tipo que não estava fadado.
EliminarPessoa contentava-se em absoluto com o amor platónico...
EliminarAmor platónico, pois, apesar da pouca consistência da expressão. Veja-se o caso da jovem namorada do mago Aleister Crowley, o tal que visitou Pessoa em 1930 e simulou o célebre suicídio. Quem quiser saber mais que vá à Boca do Inferno ver a placa alusiva. A rapariga impressionou o poeta solitário:
Eliminar«Apetece como um barco
«Tem qualquer coisa de gomo.
«Meu Deus, quando é que eu embarco?
«Ó fome, quando é que eu como?»
:)
:)
É verdade, que belo poema... Não tinha ideia dessa atracção pela miúda do aldrabão. Por outro lado, o "Antinoous" é um poema homoerótico. Em que ficamos? Era só estetismo?...
EliminarAh...estava a ver que não. Quanto ao Dr Henrique de Barros estive perto dele na Madeira . Estudava na altura ainstalação dum posto zootécnico na Camacha junto à vivenda da escritora Helena Marques . Um longo planalto aonde dei largas à minha imaginação . Eu vivia em frente.Quanto aos nossos poetas...absolutamente de acordo.
ResponderEliminarNão necessariamente.
ResponderEliminarBarros contestado.
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