Vozes para além do rio. São água
também, correm até à foz
do meu ouvido. E refluem agora,
líquidas, da foz do meu olvido.
Além do rio, vozes e acenos. Gritos
tão leves, sobre os anos voando.
A minha mão, a minha mão também
esgueira um gesto curto enquanto
a outra escreve. Desenha
no papel seco a ponte, as pontes, todos
os corredores das vozes donde chego
à relva desta margem.
PEDRO TAMEN, Memória Indescritível, gótica, Lisboa,2000
Belo poema.
ResponderEliminarGosto muito do Tamen, e também o tenho na minha antologia.
ResponderEliminarEu não
ResponderEliminaraprecio (ou
pior) esta
forma, independentemente
do
conteúdo.