3 de novembro de 2023

TEM DIAS 1

 O PALÁCIO DA VENTURA


Sonho que sou um cavaleiro andante.

Por desertos, por sóis, por noite escura,

Paladino do amor, busco anelante

O palácio encantado da Ventura!


Mas já desmaio, exausto e vacilante,

Quebrada a espada já, rota a armadura...

E eis que súbito o avisto, fulgurante

Na sua pompa e aérea formosura!


Com grandes golpes bato à porta e brado:

Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...

Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!


Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...

Mas dentro encontro só, cheio de dor,

Silêncio e escuridão - e nada mais!


                                         Antero 





3 comentários:

  1. Que soneto! Daqueles que merecem ser 'muralizados' para poderem chegar a muitos...

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  2. Este é dos que guardo na memória.
    J. A. Marcos Serra

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