NO MEIO DO CAMINHO
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do
caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, Alguma Poesia (1930)
Este é o 30º poema da série. Propus-me publicar 47 poemas do século XX, faltando, portanto, 17. Acabará antes do Natal, espero, e ainda virá do melhor. Podem crer :)
ResponderEliminarCom tanta repetição, como poderia esquecer-se?
ResponderEliminarA sério, não acho especial este poema. Talvez o meu olhar não seja profundo...
Esta não podia faltar. Já não era a trança da Elvira nem os amanhãs rubros, mas o milagre do quotidiano.
ResponderEliminarSortudo autor; eu teria de ter escrito «pedras».
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