NOITE
Ah! que le monde est grand à la clarté des lampes!
Na solidão da noite releio Baudelaire
A luz mortal desfez-se há muito nas
cidades
Ah como é grande o mundo à luz ideal das
lâmpadas
nos mapas irreais dos desejos amargos
Do dia já passou o cortejo de cegos
Os seus olhos colheram da cal viva os
excessos
Ninguém mais reconhece os lugares
gloriosos
onde a luz imortal solta os leões do sol
Por detrás desses olhos numa câmara fria
como uma grande cobra a morte dorme e
espera
Tem o corpo do mundo deitado entre os
anéis
para os mostrar inerte à luz do dia
GASTÃO CRUZ, As Leis do Caos (1990)
Com um Gastão Cruz baudelairiano chegámos à publicação nº 40. Faltam 7, já planeadas na ordem seguinte :
ResponderEliminar- Heterónimos pessoanos (Caeiro, Campos e Reis)
- Eugénio de Andrade
- Herberto Helder
- Sophia
e
- Ruy Belo
Assim se completará este trabalho de lembrar nomes representativos da nossa poesia do século XX.
Caro, espero que esteja a gostar tanto como eu. Do Pessoa, propositadamente apenas um, e não será o ortónimo. Dos restantes quatro que enumera, há um que falha a minha lista de 101. Guardo a surpresa.
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