Belo ❤️ Descobri recentemente a poesia de Emanuel Jorge Botelho. Gostei muito. Alguns poemas lembram-me Ramos Rosa e a sua poesia como expressão irreconciliável da luz e da sombra mas também do silêncio.
Partilho um pequeno poema retirado do livro "Sombras e Outros Disfarces" de Emanuel Jorge Botelho. Edições Averno. As capas são belíssimas 😊
"POÉTICA para o Eugénio de Andrade para o Carlos de Oliveira
dar às palavras o rigor do medo, ou os nomes do mundo. depois, deixar o sobressalto sair da sua sombra, e subir, lavado, pela asa que há nos dedos. quando a luz magoar a pele, pedir ao tempo que venha, de mansinho, fechar o rosto da noite."
E também este de "O Livro das Coisas Ardidas". Igualmente Edições Averno.
"VERSOS DO DESCONSOLO VI para Paul Celan
ter do tempo a rosa mais perfeita, e vê-la cair, exausta, rente aos dedos que há no medo.
desenhar disso o sudário mais inteiro, e a sua sombra."
É certo cara leitora. Na magrinha página do prefácio Machado Pires recorda o "jogo das influências, (...) o texto feito espaço,onde outros textos se cruzam e neutralizam..."citando Kristeva. E, encontra assim, Eugénio, Cesariny, Virgílio Ferreira...para Ruy Galvão de Carvalho faz-lhe lembrar Omar Khayyám, poeta persa do século XI. Bem como com as composições líricas japonesas. E, Egito Gonçalves encontra nele " o puro sentimento do espanto que é sempre a descoberta do amor". Tudo isto está nos belos poemas que transcreveu onde está presente tb um "cerebralismo analítico" a par de imagens de grande simplicidade para voltar a referir M. Pires . Num mundo vazio e estéril de ideias é sempre bom reflectirmos tranquilamente a propósito da beleza das palavras que nos preenchem e são a nossa razão de existir e comunicar positivamente com o Outro.
Também o tenho nos 101 poemas.
ResponderEliminarBelo ❤️
ResponderEliminarDescobri recentemente a poesia de Emanuel Jorge Botelho. Gostei muito. Alguns poemas lembram-me Ramos Rosa e a sua poesia como expressão irreconciliável da luz e da sombra mas também do silêncio.
Partilho um pequeno poema retirado do livro "Sombras e Outros Disfarces" de Emanuel Jorge Botelho. Edições Averno. As capas são belíssimas 😊
"POÉTICA
para o Eugénio de Andrade
para o Carlos de Oliveira
dar às palavras o rigor do medo,
ou os nomes do mundo.
depois, deixar o sobressalto
sair da sua sombra,
e subir, lavado, pela asa que há nos dedos.
quando a luz magoar a pele,
pedir ao tempo que venha, de mansinho,
fechar o rosto da noite."
E também este de "O Livro das Coisas Ardidas". Igualmente Edições Averno.
"VERSOS DO DESCONSOLO VI
para Paul Celan
ter do tempo a rosa mais perfeita,
e vê-la cair, exausta,
rente aos dedos que há no medo.
desenhar disso o sudário mais inteiro,
e a sua sombra."
E não é preciso esticar mais para ser bom.
ResponderEliminarÉ certo cara leitora. Na magrinha página do prefácio Machado Pires recorda o "jogo das influências, (...) o texto feito espaço,onde outros textos se cruzam e neutralizam..."citando Kristeva. E, encontra assim, Eugénio, Cesariny, Virgílio Ferreira...para Ruy Galvão de Carvalho faz-lhe lembrar Omar Khayyám, poeta persa do século XI. Bem como com as composições líricas japonesas. E, Egito Gonçalves encontra nele " o puro sentimento do espanto que é sempre a descoberta do amor". Tudo isto está nos belos poemas que transcreveu onde está presente tb um "cerebralismo analítico" a par de imagens de grande simplicidade para voltar a referir M. Pires . Num mundo vazio e estéril de ideias é sempre bom reflectirmos tranquilamente a propósito da beleza das palavras que nos preenchem e são a nossa razão de existir e comunicar positivamente com o Outro.
ResponderEliminarSim, composições líricas japonesas. Ainda não li Omar Khayyám, mas estará para breve, espero.
EliminarObrigada pela partilha, Laurindo 🙂
Pode procurar aqui: https://bibliotronicaportuguesa.pt/livronicos-na-internet/ (fazer Ctrl+F; escrever Omar e algo aparecerá para ler).
EliminarObrigada, José. Vou pesquisar 🙂
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