Ah, não chores por
mim quando eu morrer,
quando soar o
dobre magoado
dizendo ao mundo
vil que, fatigado,
com vilíssimos
vermes fui viver.
Lendo meus versos,
deves esquecer
a mão amiga que
lhes deu traslado;
bem doce é
reflorir num peito amado
mas torna-se cruel
se o faz sofrer.
Não, se vires esta
rima dolorida
quando a terra em
seus braços me retome,
que finde o teu
amor co’a minha vida,
que nem recordes o
meu póprio nome –
Pois se o mundo te vê na dor absorto,
inda zomba de mim depois de morto
William Shakespeare (Strattford-upon-Avon, 1564-1616)
[versão de Luís Cardim (Cascais, 1879 - Porto, 1958), Horas de Fuga (1952)]
No
longer mourn for me when I am dead,
Than
you shall hear the surly sullen bell
Give
warning to the world that I am fled
From
this vile world, with vilest worms to dwell:
Nay, if
you read this line, remember not
The
hand that writ it; for I love you so,
That I
in your sweet thoughts would be forgot,
If
thinking on me then you should make you woe.
O, if
(I say) you look upon this verse,
When I
perhaps compounded am with clay,
Do not
so much as my poor name rehearse;
But let
you love even with my life decay;
Leste the wise world should look into your
moan,
And mock you with me after I am gone.[i]
Optima escolha. O resto é silêncio.
ResponderEliminarExacto.
EliminarIsso mesmo!
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