Sozinha no bosque
com meus pensamentos,
calei as saudades,
fiz trégua a tormentos.
Olhei para a lua,
que as sombras rasgava,
nas trémulas águas
seus raios soltava.
Naquela torrente
que vai despedida
encontro, assustada,
a imagem da vida.
Do peito, em que as dores
já iam cessar,
revoa a tristeza,
e torno a penar.
Marquesa de Alorna
(Leonor de Almeida Portugal,
Lisboa, 1750-1839)
in M. Rodrigues Lapa, Poetas do Século XVIII (1967)
'Locus horrendus' que tais penas renova...
ResponderEliminarE por isso já pré-romântico...
EliminarClaro...a Alcipeno seu melhor com jogos de água prenunciando os do espírito perturbado, pré-romantica é evidente. Não esqueçamos a sua importância ao fomentar a cultura nos seus círculos. Todos sabemos.
ResponderEliminarUm dos que o frequentou foi o Herculano.
EliminarGosto da cadência em redondilha menor.
ResponderEliminarA cadência, o ritmo...
EliminarGostei mas pouco conheço. Ao pesquisar na BNP encontrei uma selecção da sua poesia disponível em formato digital.
ResponderEliminarhttps://imprensanacional.pt/wp-content/uploads/2022/03/MarquesaDeAlorna_ObrasPoeticas.pdf
Em 2021, descobri a poesia da sua homónima, Leonor de Almeida. "Na curva escura dos cardos do tempo".
Em breve, partilho aqui. Creio que será a minha primeira partilha 😊
Já vi, e partilhou muito bem.
Eliminar