DE TARDE
Naquele piquenique de burguesas
Houve uma coisa simplesmente bela
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o Sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
Cesário Verde
Cesário, sensitivo e sensual.
ResponderEliminarhttps://sonhocomandavida.blogspot.com/search?q=Quero%2C+dessa+aguarela
ResponderEliminarAlvíssaras para o D.E.!
EliminarEncantado!
ResponderEliminarJ. A. Marcos Serra