11 de novembro de 2023

POEMAS IMORTAIS - UMA SELECÇÃO POSSÍVEL. VI

 


CANTIGA SUA PARTINDO-SE


Senhora, partem tão tristes

meus olhos por vós, meu bem,

que nunca tão tristes vistes

outros nenhuns por ninguém.


Tão tristes, tão saudosos,

tão doentes da partida,

tão cansados, tão chorosos,

da morte mais desejosos

cem mil vezes que da vida.


Partem tão tristes os tristes,

tão fora d'esperar bem,

que nunca tão tristes vistes

outros nenhuns por ninguém.


JOÃO ROIZ DE CASTEL-BRANCO (Séc. XV-XVI)

6 comentários:

  1. Mas então, este não é o 2º poema dos 101 poemas portugueses? Não está mal a repetição, claro, com a curiosidade de apresentarem diferentes arquitecturas estróficas.

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    1. Ops! Tens razão! Mas como é uma pérola, nunca é demais ...

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    2. As repetições serão inevitáveis, uma vez que se trata de antologias pessoais. Eu vou repetir um do Manuel, pelo menos, que de resto já o tinha antologiado. Fui tentado a incluir o do carlos de Oliveira, que ele publicou (dando nota disso, obviamente), mas prefiro manter-me fiel às minhas primeiras escolhas, mesmo que tenha de deixar de lado aquele assombro.

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  2. Este é dos que sei de cor desde que me conheço... portanto...

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