ESCARPAS
Cruzámos os dias de Verão
o destino perseguia-nos com um ímpeto
relutante
a listar calamidades
numa ascensão
por escarpas que tínhamos julgado a
salvo
Corríamos o litoral com a nossa
turbulenta forma
ou deixávamo-nos imóveis a ponto de
parecer mortos
entre beleza, sobreposição e perigo
sem grande esclarecimento
a noite despenhava-se
no silêncio da corrente
O vento do mar já conseguiu acalmar
muitos corações
mas os nossos não
JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA, Estação Central (2015)
Entre vários que poderia ter escolhido, novo poema de JTM, "Prémio Pessoa" 2023, soube-se hoje.
ResponderEliminarE que bem merecido 🙂
EliminarTenho andado ultimamente com a "poesia reunida" de JTM, 3ª edição da Assírio & Alvim com um posfácio de Jerónimo Pizarro. Assim vamos escolhendo as companhias :)
ResponderEliminarDois poetas de seguida no Prémio Pessoa. Não me lembro de já ter acontecido.
ResponderEliminarGosto dele, e acho que já gostei mais, o poeta, claro.
Bom poeta! Como membro do sacro colégio, que ginástica mental não terá que fazer para aceitar algumas coisas da dogmática oficial...
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