31 de dezembro de 2023

21 POEMAS DO SÉCULO 21 - XXI

 

PROSERPINA

(depois de Dante Rossetti)

Agora que comeste os bagos da romã e quebraste o jejum, já podes descobrir as tranças de fogo, o corpo possuído. Mas não mais terás sossego       entre o céu e o inferno, há uma estreita passagem para o teu olhar imortal. É sempre inverno e é sempre primavera, quando atravessas os bosques dos salgueiros e alcanças os umbrais.

 MANUELA PARREIRA DA SILVA (1950), Entre Cão e Lobo (2007)


5 comentários:

  1. MANUELA PARREIRA DA SILVA é professora auxiliar do Departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde lecciona as cadeiras de Literatura Portuguesa do Século XX, Cultura Portuguesa do século XX e Estudos do Modernismo. Dedica-se, enquanto investigadora, ao estudo dos espólios de Fernando Pessoa e Almada Negreiros, tendo sido responsável pela edição de textos pessoanos, entre os quais: Fernando Pessoa, Correspondência Inédita, Lisboa: Livros Horizonte,1996; Fernando Pessoa, Correspondência, vols. I e II, Lisboa: Assírio & Alvim, 1998-9; Ricardo Reis, Poesia, Lisboa: Assírio & Alvim, 2000; Ricardo Reis, Prosa de Ricardo Reis, Lisboa: Assírio & Alvim, 2003; Fernando Pessoa, Poesia, vols. I, II e III, Lisboa: Assírio & Alvim, 2006 [em colab.].; Cartas de Amor de Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz, Lisboa: Assírio & Alvim, 2012. Colabora assiduamente na revista Colóquio-Letras e é também autora de poesia - O Álbum de Vishnu (Assírio & Alvim, 1999) e Entre Cão e Lobo (Assírio & Alvim, 2007) – e do ensaio Realidade e Ficção - para uma biografia epistolar de Fernando Pessoa, Lisboa: Assírio & Alvim, 2004.(“Modernismo, Arquivo Virtual da Geração de Orpheu”)

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  2. Um convite à leitura da pintura, que impele à releitura do poema, e assim infinitamente, até querermos. Um bom fecho.

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  3. Belo ❤️ Com a sua colaboração, li, já há algum tempo, "Escritos Autobiográficos, Automáticos e de Reflexão Pessoal" de Fernando Pessoa. Gostei muito.
    E agora, qual a próxima série? 🙂

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  4. Este belo poema parece um programa iniciático...

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