Principio a escrever
e letra a letra construo uma casa
leve e obscura como um poema
Escrevo como quem da mágoa
se despede e é outra cor
O espanto inunda as mãos (aves sem peso)
e uma canção antiga
nasce no interior das sílabas
Um saber precário consome a minha voz
um pedaço de mar
um véu rasgado
Olho devagar os rostos
(luz matinal)
e à volta dos lugares
desenho um arco de orvalho e mel.
FERNANDO JORGE FABIÃO, in margem-2, funchal,2001.
Que grande alegria ver aqui o meu velho Amigo Fernando Jorge Fabião, e que tanta falta faz ao convívio dos seus leitores!
ResponderEliminarTambém aparece nos meus 101 poemas.
É um nome completamente novo para mim e arrisquei o vosso comentário. Encontreio-o na secção "Estante" desta Margem-2. Nesta secçâo a minha velha amiga e dinamizadora cultural Maria Aurora Carvalho Homem tentava divulgar na revista novos valores...os canónicos eramos nôs ..que ela descobrira em 75 quando chegou à Madeira vinda do Diário de Lisboa. Encontrando-me já em Lisboa nunca falei com o FJF mas gostei deste poema.. .
ResponderEliminarPara além de muitos dispersos, ele é autor de dois livros, um dos quais «Nascente da Sede» (2000), de que gosto muito. Acontece ter sido o primeiro livro que apresentei, há também esse vínculo afectivo.
EliminarMuito bem.
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