Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!
Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,
Arrostar coo sacrílego gigante;
Como tu, junto ao Ganges sussurrante,
Da penúria cruel no horror me vejo;
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante.
Ludíbrio, como tu, da sorte dura
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura.
Modelo meu tu és... Mas, oh tristeza!...
Se te imito nos transes da Ventura,
Não te imito nos dons da Natureza.
BOCAGE
Há, de facto, paralelismos. Dizem os especialistas -- e nós podemos ter disso um vislumbre -- que na oficina do soneto ninguém foi maior do que ele, nem o Camões...
ResponderEliminarSem dúvida! O poema surge, natural, como o germinar de um embrião. Não se encontra uma palavra fora de contexto, um termo arrevezado, só para a rima... Bocage, grande Bocage!
EliminarNinguém duvida. É um gigante nas nossas letras. Depois o transpor no papel uma profunda cultura clássica que lhe jorrava naturalmente. E, obviamente todas as questões que à Razão e ao Coração interessam,e, que bebeu não o esqueçamos nos cìrculos da Marquesa de Alorna que frequentou. O resto é a Vida. E não foram rosas num tempo escuro e bárbaro como aquele que nos dá a ler para que não o olvidemos.
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