Esta rosinha de Assis,
sem espinhos, que eu de lá trouxe,
murcha, luminosa e doce,
no seu leve aroma diz:
-- Uma vez tentado foi
o Santo pla carne inquieta;
eis que o desejo lhe dói
numa agonia secreta.
E com a sede dos beijos
e dos ardentes carinhos,
arroja o corpo em desejos
às rosas cheias de espinhos!
Mas nós, quando então o temos
no abraço deste rosal,
os espinhos recolhemos
para lhe não fazer mal.
in Um Ramo de Rosas -- Colhidas por José da Cruz Santos na Poesia Portuguesa e Estrangeira, Porto, Mode de Ler, 2010, p. 13.
(lido na sessão de 3 de Abril de 2012)
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