«Cuspiu a ponta do cigarro e, para não magoar o pé, desceu com cuidado e vagares de homem da cidade, os três metros que o separavam do ínvio caminho. Nunca o lugarejo lhe parecera tão miserável, tão digno de dó e sobranceiro olhar. As aldeias vizinhas prosperavam, tinham casas novas, chafarizes, grandes quintas com portões de ferro, porque os rapazes de lá, mal tiravam as sortes, partiam -- passe bem, que eu vou tratar da vida! -- e só regressavam quando haviam enriquecido.»
Ferreira de Castro, Emigrantes, 24.ª edição, Lisboa, Guimarães Editores, 1988, p. 24.
(imagem daqui)
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