23 de abril de 2015

OS PREZADOS CONFRADES DO CLUBE DE LEITURA ESTÃO TODOS CONVIDADOS!



Breve síntese do livro:

"No dia 3 de Maio de 1560, perante uma pequena multidão de fiéis e com a assistência das mais altas figuras da realeza, foi inaugurado na Serra de Sintra, numa cerimónia de comedida solenidade, o convento arrábido de Santa Cruz ou da Cortiça.
Entre a meia-dúzia de futuros ocupantes do novo ermitério, edificado por entre enormes fragas no coração daquele que é conhecido desde a antiguidade como o Monte da Lua, achava-se um jovem poeta, de auspicioso futuro: chamava-se Agostinho Pimenta, fora educado para fidalgo e ficaria na História como frei Agostinho da Cruz.
Alicerçado em (escassos) dados históricos, este romance, para além de propor à imaginação do leitor o que pode ter sido a fundação, inauguração e primeiro ano de vida fradesca no agora arruinado Convento dos Capuchos de Sintra, constitui uma reflexão acerca da pureza do ideal monástico."

Abraço "tertuliano"!

Fernando Faria

22 de abril de 2015

19 de abril de 2015

FERREIRA DE CASTRO E JOSÉ RÉGIO

FERREIRA DE CASTRO sobre “Poemas de Deus e do Diabo” (1925), de José Régio. A edição recente de “Quasi Edições” reproduz a capa original de Júlio: as tentações da alma – mundo, diabo e carne – sob o olho de Deus.
Crítica publicada no nº  301, de 22/4/1926, do magazine “ABC”:
«É um poeta, um autêntico poeta, este José Régio que agora solta o primeiro grito desde o campo, até aqui silente, do seu anonimato»  – diz FERREIRA DE CASTRO. Acrescentando: «José Régio, sem estar abertamente situado sobre os cubos ultraístas, é, contudo, um poeta moderno – um temperamento que procura, inquietamente, as novas formas.»

17 de abril de 2015

FERREIRA DE CASTRO E AS PÁLPEBRAS FEMININAS

“O encanto das pálpebras femininas”, artigo de FERREIRA DE CASTRO publicado no nº 224 da revista ABC, de 30/10/1924, de que era director Rocha Martins:
«São as pálpebras a quarta maravilha da mulher: –  depois das mãos, dos seios e dos lábios, as pálpebras encerram o quarto segredo do encanto feminino.
Eu amo as pálpebras mais do que os olhos: – e estes sem elas seriam apenas dois globos perdidos, errantes, eternamente rolando entre as serranias do rosto.
»
FERREIRA DE CASTRO colaborou vastamente na revista ABC: contos curtos, novelas, crítica de livros e teatro, artigos de opinião e investigação.
Em outro artigo do mesmo ano (nº 230, de 11/12), “As atitudes da mulher que lê “, o escritor volta a referir-se às pálpebras femininas:
«A mim, pessoalmente, mais do que ser lido pelas mulheres, interessa-me ver as mulheres lerem.
Há um estranho encanto nas mulheres que lêem: – e a contemplá-las, em silêncio, eu me quedo longo tempo.
Eu amo ver as pálpebras femininas distenderem-se como duas pétalas, semicerrando-se sobre os olhos – já convergidos para um livro

12 de abril de 2015



APRESENTO-VOS "O NOVIÇO", O MEU NOVO LIVRO!

Um excerto:

"Chegara o Inverno. Precoce. Chuvoso. Sombrio. Havia muito que na serra se apagara o colorido radioso das longas tardes estivais. Da sépia dos melancólicos crepúsculos de Outono quase nem sinais houvera. Em matéria de cores [ou falta delas], o que agora se via era um persistente tom de cinza, feito de brumas e neblinas, que embaciava os penhascos, ocultando-os dias e semanas a fio, como se tivessem sido abandonados ou esquecidos dos deuses. Num lento e silencioso processo de declínio, as folhas dos carvalhos e dos castanheiros da cerca, de verdes haviam-se tornado amarelas, depois vermelhas e finalmente castanho-escuras, acabando por se desprender uma a uma, num nostálgico ritual de despedida. Mortas, apodrecem agora lentamente no chão, em redor dos troncos negros, prontas para o sacrifício da química transformação e do inevitável ao seio da mãe-terra, para um novo ciclo. Com um pouco de sorte, talvez um dia, numa nova e futura Primavera, voltem a ser, outra vez, quem sabe, folhas verdes ou tenras hastes."

(Fernando Faria)

9 de abril de 2015

«Nenhum de nós é um só homem»

...pensa Don Alvaro Soriano (ao lado, de charuto, representado por Bernardo Marques, na capa da 11.ª edição), em pleno e mortificante debate com o filho Enrique e o velho amigo Pepe Martinez -- frase chave de A Curva da Estrada, romance de 1950, ainda hoje tão actual. Hoje e enquanto houver seres humanos, com as suas fraqueza e paixões.

(amanhã será dia de conversar a propósito)