8 de março de 2016

imagens de Linhas Entre Nós

Livro tecido com muitos personagens bem guardados na memória,  que vão delineando histórias em cenários que não foi preciso inventar, porque não desvendar alguns, correndo o risco de trair a imaginação de cada leitor?
Que me perdoem os que prefeririam não cotejar com a realidade, sabendo que podem sempre optar por não ver o que partilho neste espaço.
No respeito pelos direitos de autor, devo declarar que, para além de arquivo pessoal, apresento imagens que são propriedade de: "Manteigas em Imagens", "Museu Virtual de Manteigas", "Banda Boa União", "Old-postcards", "Joraga" e "Postais Portugal", além de outras fontes da internet, não identificadas.
Comecemos, pois.
A primeira história começa com Jorge Duarte Serra, de quem se escreve que tinha "cara de mata-mouros", era caçador e sapateiro e, ainda orgulhosamente, sócio fundador da Banda Boa União.
O medo o terá obrigado a "meter medo".
Perdeu-se a espingarda, mas a machada ameaçadora continua pronta a cortar.


Os padres Joaquim Dias Parente e José Baylão Pinheiro aparecem como conspiradores benignos, em funções de bons pastores. Figuras notáveis, o primeiro aparece personificado em A Lã e a Neve como Padre Barradas.
A secretária do seu escritório, descrita sucintamente em "Água", continua guardada afetuosamente por mãos saudosas, em Manteigas.
De sua autoria, entoou-se em todo o mundo católico o cântico religioso mais célebre: "Santos Anjos e Arcanjos". O texto cita ainda partes do "Hino à Imaculada Conceição" que, sessenta anos após a sua morte, continua a cantar-se na Igreja de Santa Maria.
Seu braço direito, Bernardo Marcos Leitão, foi artista ímpar e inesquecível.
Foram homenageados com a atribuição de nomes a uma rua e largo contíguos, nas imediações da Igreja que lhe uniu os destinos e a vida.
Do templo antigo há registo de vista parcial que mostra a rua e, ao fundo, o largo mencionados. A chave, extraordinária, da porta desse edifício antigo está também à guarda de gente cuidadosa da vila.

O Eirô, também celebrado por Ferreira de Castro, aparece como lugar capital, ou importante, em quatro das histórias; naturalmente, por se tratar de um dos núcleos mais antigos da vila.
No Eirô, ao cimo da quelha,
se arma a discussão entre as moradoras e o funcionário da Câmara, incendiando um dos focos da rebelião.
No Eirô mora o pequeno aprendiz de sapateiro, e no Eirô, na Praça da Louça, está a oficina onde começa a labutar.
No Eirô mora Manuel de Jesus (e morei eu durante seis anos).
No mesmo sítio, em tempos de exageros republicanos, Manuel Marcos Leitão (na foto)
escondeu a custódia de ouro da Igreja de Santa Maria, ainda hoje usada em cerimónias religiosas de maior pompa.
Curiosidades associadas ao conto "Água" são ainda a menção da Casa das Obras,
solar de referência em Manteigas, e o personagem Joaquim da Cruz, secretário da Câmara.
No que se refere ao funcionário inteligente e dedicado, à falta de imagem disponível, deixo a capa de um livro que, provavelmente, todos conhecemos. Um dos autores, Cruz Filipe, é filho do homem zeloso que ainda conheci, porque, aposentado, continuava, com pontualidade inultrapassável, a ir ajudar com a sua experiência; ainda aprendi algumas coisas com ele.

3 comentários:

  1. Muito interessante. Tem graça que era assim que eu imaginava o Pe. Barradas. Tenho de fazer um post no blogue do Ferreira de Castro.

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  2. É bonito ver mas muito mais passear e ouvir-te contar as histórias da tua infância e também aquelas que teus pais te contaram.

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  3. É bonito ver mas muito mais passear e ouvir-te contar as histórias da tua infância e também aquelas que teus pais te contaram.

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