--Ah! -- disse ela --, mesmo perdida, vejo como tudo é perfumado e maravilhoso. Mesmo sem saber se jamais chegarei, apetece-me rir e cantar em honra da beleza das coisas. Mesmo neste caminho que eu não sei onde leva, as árvores são verdes e frescas como se as alimentasse uma certeza profunda. Mesmo aqui a luz pois leve nos nossos rostos como se nos reconhecesse. Estou cheia de medo e estou alegre.
«A Viagem», Contos Exemplares, 3.ª edição, Portugália Editora, Lisboa, 1970, p. 102.
Sem comentários:
Enviar um comentário