QUOTIDIANO
As mulheres afadigam-se
a estender a migalha de sargaço
que a nortada trouxe à beirada.
Mesmo à mão, sem graveta.
Interrompo o meu cerzir de escrita
e abarco-as num golpe de olhar.
Longe, num rosal de espumas,
cruzam-se duas traineirinhas:
uma entra, em direcção à Póvoa,
outra sai, rumo ao largo.
Luísa Dacosta (Vila Real, 1927 - Matosinhos, 2015),
A Maresia e o Sargaço dos Dias (2011)
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