22 de novembro de 2018

citando o presidente Wilson

«Até o dr. Teófilo, barricado nas suas imparcialidades, citava o presidente Wilson:
-- "O direito é mais precioso do que a paz."» Álvaro Guerra, Café República [1982], 3.ª ed., Lisboa, O Jornal, 1984, p. 29.

19 de novembro de 2018

da escrita romanesca

«Ler a descrição que Tolstoi faz de como Pedro olha para o campo de batalha de Borodino do alto de uma colina, em Guerra e Paz, tornou-se para mim um modelo de como ler um romance. Muitos dos pormenores de que percebemos que o romance é subtilmente tecido e para os quais fomos preparados, sentindo que temos necessidade deles para os encaixar na nossa memória enquanto lemos, parecem surgir nessa cena como um quadro.» Orhan Pamuk, O Romancista Ingénuo e o Sentimental [2010], trad. Álvaro Manuel Machado, Lisboa, Editorial Presença, 2012, p. 12.

Eu diria que será sempre falhado, ou pobre, pelo menos, um romance sem esses pormenores que o escritor vai largando ao longo da narrativa, e que vão dando sentido e compondo o todo -- tecido, escreve o Pamuk, como uma tapeçaria.
Nas nossas leituras, basta pensarmos em A Lã e a Neve, do Ferreira de Castro, exemplo conseguido desse saber-fazer, dessa boa oficina romanesca.

6 de novembro de 2018

INÍCIO PODEROSO...


"Na planície rasa, sob a noite sem estrelas, de uma escuridão crassa de tinta, um homem seguia sozinho a estrada de Marchiennes a Montsou, dez quilómetros de caminho a direito, por entre campos de beterrabas. Adiante do nariz não via nem sequer o chão negro; e não tinha a sensação do imenso horizonte plano senão pelos bafos do vento de Março, rajadas largas como no mar alto, glaciais de terem varrido léguas e léguas de pântanos e de terras escalvadas. Nem sombra de árvore manchava o céu; a estrada desenrolava-se com a prumada de um quebra-mar, em meio das trevas obcecantes."





Vamos a isto, confrades, que a jornada é longa! É a minha primeira investida na obra e a impressão é muito boa! 
Boas leituras!

2 de novembro de 2018

capas


capa do volume II de Maus, de Art Spiegelman (edição original, 1986)