«Ninguém pode livrar as pessoas dos seus males, mas muito se deverá perdoar àquele que fizer nascer nelas nova coragem para carregá-los.»
O Anticristo, neste extraordinário romance de Selma Lagerlöf, materializou.se numa pequena imagem, alegadamente do Salvador, ostentando a inscrição: "O meu reino é deste mundo." Publicado em 1897, quando as forças socialistas estão pujantes e parecem imparáveis, o anticristo, necessário e fundamental ante a miséria que as sociedades modernas exorbitavam, é o socialismo. Conciliar "a Terra com o Céu" (p. 348), porque nem todos se bastam com a matéria, parece-me ser o sentido (ou um dos sentidos) desta narrativa da escritor sueca -- não distante, aliás, do que preconizava o seu contemporâneo e confrade russo, Tólstoi.
Luca Signorelli, Os Milagres do Anticristo
(Catedral de Orvieto)
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