16 de novembro de 2014

40 ANOS DE MOVIMENTO



O número 1 da revista literária Movimento (cadernos de poesia & crítica) foi lançado na cidade do Funchal em Novembro de 1973. A direcção e coordenação deste número único esteve a cargo do  poeta A J Vieira de Freitas, o verdadeiro impulsionador desta publicação. Natural da Madeira, Vieira de Freitas, era   um dos raros modernos residentes  no espaço insular. Queria fazer desta revista, um espaço para a divulgação da autêntica poesia e simultaneamente despertar nos leitores o  gosto pela  leitura e crítica poéticas inexistente a nível local.

 Houvera no início dos anos 70 o colóquio “Ao encontro da poesia”, na Escola Industrial e Comercial do Funchal. Nele participaram a poetisa Irene Lucília Mendes de Andrade, os poetas A J Vieira de Freitas e José António Gonçalves e o jornalista Tolentino de Nóbrega. Aqui foi  debatida a interminável (?!) questão entre antigos e modernos. Questionou-se essencialmente o versilibrismo, que não era aceite por todos;  Pelo seu simbolismo estes dois acontecimentos culturais vão entusiasmar a geração a que pertenço nascida na década de 50 e projectá-la depois.         

De autêntica poesia se trata. A revista Movimento contem  na variedade das suas vozes mui particulares, o fermento do discurso social na literatura que é nexo relacional e emocional nos textos ora apresentados. Participaram, com poemas rigorosamente originais 4 poetas continentais e 4 poetas madeirenses, que coloco por ordem de publicação : Eugénio de Andrade, António Ramos Rosa, Pedro Tamen, José Bento, A J Vieira de Freitas, José Agostinho Baptista, José António Gonçalves,e, Gualdino Rodrigues. 

A  revista Movimento  está de certo modo inspirada nos ideais da Árvore,    e nos poetas de 50 mas não rigorosamente. Observamos textos situados entre o simbolismo e filamentos do surrealismo, quase. Mergulha, outrossim    nas questões da consciência social , da existência, e da condição humana. Pelas suas preocupações sociais e estéticas e partilha de meios literários e éticos é exemplar para as novas gerações de poetas.     

 

1 comentário:

  1. Bem lembrado, Laurindo. Traga-a numa das sessões das quartas, e leia-nos alguns desses poemas.

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