O número 1 da revista literária Movimento (cadernos de poesia
& crítica) foi lançado na
cidade do Funchal em Novembro de 1973. A direcção e coordenação deste número
único esteve a cargo do poeta A J Vieira
de Freitas, o verdadeiro impulsionador desta publicação. Natural da Madeira,
Vieira de Freitas, era um dos raros modernos residentes no
espaço insular. Queria fazer desta revista, um espaço para a divulgação da
autêntica poesia e simultaneamente despertar nos leitores o gosto pela
leitura e crítica poéticas inexistente a nível local.
Houvera no início dos
anos 70 o colóquio “Ao encontro da
poesia”, na Escola Industrial e Comercial do Funchal. Nele participaram a
poetisa Irene Lucília Mendes de Andrade, os poetas A J Vieira de Freitas e José António
Gonçalves e o jornalista Tolentino de Nóbrega. Aqui foi debatida a interminável (?!) questão entre antigos e modernos. Questionou-se
essencialmente o versilibrismo, que
não era aceite por todos; Pelo seu
simbolismo estes dois acontecimentos culturais vão entusiasmar a geração a que pertenço
nascida na década de 50 e projectá-la depois.
De autêntica poesia se trata. A revista Movimento contem na
variedade das suas vozes mui particulares, o fermento do discurso social na
literatura que é nexo relacional e emocional nos textos ora apresentados. Participaram,
com poemas rigorosamente originais 4 poetas continentais e 4 poetas madeirenses,
que coloco por ordem de publicação : Eugénio
de Andrade, António Ramos Rosa, Pedro
Tamen, José Bento, A J Vieira de
Freitas, José Agostinho Baptista,
José António Gonçalves,e, Gualdino Rodrigues.
A revista Movimento está de certo modo inspirada nos ideais da Árvore, e nos
poetas de 50 mas não rigorosamente. Observamos textos situados entre o
simbolismo e filamentos do surrealismo, quase. Mergulha, outrossim nas questões da consciência social , da
existência, e da condição humana. Pelas suas preocupações sociais e estéticas e
partilha de meios literários e éticos é exemplar para as novas gerações de
poetas.
Bem lembrado, Laurindo. Traga-a numa das sessões das quartas, e leia-nos alguns desses poemas.
ResponderEliminar