«Irmanados pelo mesmo arcabouço literário, pela mesma forte orquestração verbal, os dois separam-se quando as pupilas devem constituir elemento a aproveitar. Herculano tem pouca cor, usa poucas cores. A sua visão não encontra cromatismos e é como o seu pensamento: profundo, vasto, mas sóbrio. Se tivesse de pintar, seria como certos mestres da arte espanhola; sombrios, procurando exteriorizar-se pelo castanho e pelo negro. Há sempre algo de arte ibérica, conventual, neste génio português.»
Excerto de «Euclides e Herculano», Vária Escrita #3, Sintra, Câmara Municiapl, 1996, pp. 157. Texto originalmente publicado no n.º 0 (ou "espécime") de O Diabo -- Semanário de Crítica Literária e Artística, de que Ferreira de Castro foi fundador, tendo sido, por breve período, um dos seus directores..
Antologiei-o num pequeno conjunto de textos circunstanciais sob o título «A unidade fragmentada. Dispersos de Ferreira de Castro».
(lido na sesão de quarta-feira, 29 de Outubro de 2014)
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