«Este homem portentoso, que soube ser iconoclasta e tolerante, era modesto e generoso como ninguém, mas como poucos orgulhoso dos seus méritos e ávido de riquezas para as distribuir. Visto a distância toma as proporções dum super-homem. Era, porém, apenas um homem, com todas as misérias e toda a grandeza da condição humana. Sofreu muitas privações e angústias; andou mal vestido e passou fome; habitou em mansardas miseráveis; sujeitou-se a intoleráveis caprichos femininos e teve de molhar a sua pena nas tintas da adulação para retribuir a generosidade duma cabeça coroada, que lhe minorou com dinheiro algumas dificuldades materiais. Como todos os homens, aspirou à liberdade e sofreu a servidão.»
Jaime Brasil, Diderot e a Sua Época, "Nota do Autor", Lisboa, Editorial Inquérito, 1940, p. 9.
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