«De certo modo não havia lugar para o pai nem para mim. Havia lugar para a nossa presença na ordem incessante dos ritos, a horas certas. Não para as cavalgadas solitárias que cada um tinha necessidade de fazer sem ser interrompido pela tarefa do dia. Mesmo que fosse o dia de receber visitas, com chá e bolos. Não tínhamos direito à nossa desordem interior, éramos prisioneiros de um espaço contantemente invadido por obrigações cujo sentido não podíamos entender. Não era por mal, era assim.»
«A grande subversão», O Homem do País Azul (1989), 7.ª edição, Lisboa, Dom Quixote, 2009, pp. 51-56.
(lido na sessão de 18 de Junho de 2014)
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