MEU PAI
Os meus primeiros passos animaste,
Os meus primeiros erros corrigiste;
E o amor do trabalho que me incutiste
Com a própria lição que me legaste.
A ser honesto e digno me ensinaste,
E por igual também me transmitiste
O gosto pelo estudo, e o prazer triste
Do cultivo das musas, que ensaiaste...
Meu adorado Pai, quando me atrevo
A pensar no que sou, e no que devo
Ao teu conselho, auxílio e educação,
Que santo orgulho eu sinto em continuar-te!
Pois todo o meu engenho e a minha arte
Obras tuas, meu Pai, apenas são!
Delfim Guimarães (Porto, 1872 - Amadora, 1933),
Alma Portuguesa (1916)
Meu pai futurou que, um dia, me arrependeria de não ter aprendido música, que ele quis ensinar-me.
ResponderEliminarMeu pai enganou-se: não é um dia; são muitos.
A vida também se faz disso...
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