COMEÇO POR INVOCAR WALT WHITMAN
É por acção de amor ao meu país
que te reclamo, ó necessário irmão,
velho Whitman da cinzenta mão,
para que, com o teu apoio extraordinário,
verso a verso, matemos de raiz
Nixon, o presidente sanguinário.
Sobre a terra não há homem feliz,
ninguém trabalha bem no planeta
se em Washington respira o seu nariz.
Pedindo ao velho bardo que me invista,
os meus deveres assumo de poeta
armado do soneto terrorista,
porque devo ditar sem pena alguma
a sentença até agora nunca vista
de fuzilar um criminoso ingente
que apesar das suas viagens para a lua
já matou na terra tanta gente,
que até foge o papel e a pena se alevanta
ao escrever o nome do maldito,
do genocida, o da Casa Branca.
Pablo Neruda (Parral, Chile, 1904 - Santiago, 1973),
Incitamento ao Nixonicídio e Louvor da Revolução Chilena (1973)
versão de Alexandre O'Neill (Lisboa, 1924-1986)
original aqui
Senti a falta das violas e da voz rouca.
ResponderEliminarAo som da rumba e do cha-cha-chá?...
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