ROSAS SEM ESPINHOS
sem espinhos, que eu de lá trouxe,
murcha, luminosa e doce,
no seu leve aroma diz:
-- Uma vez tentado foi
o Santo pla carne inquieta;
eis que o desejo lhe dói
numa agonia secreta.
E com a sede dos beijos
e dos ardentes carinhos,
arroja o corpo em desejos
às rosas cheias de espinhos!
Mas nós, quando então o temos
no abraço deste rosal,
os espinhos recolhemos
para lhe não fazer mal.
murcha, luminosa e doce,
no seu leve aroma diz:
-- Uma vez tentado foi
o Santo pla carne inquieta;
eis que o desejo lhe dói
numa agonia secreta.
E com a sede dos beijos
e dos ardentes carinhos,
arroja o corpo em desejos
às rosas cheias de espinhos!
Mas nós, quando então o temos
no abraço deste rosal,
os espinhos recolhemos
para lhe não fazer mal.
Afonso Lopes Vieira (Leiria, 1878 - Lisboa, 1946)
Um Ramos de Rosas - Colhidas por José da Cruz Santos na Poesia Portuguesa e Estrangeira
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