CANÇÃO DO NU
LindoMármore precioso que na alcova
Surpreendi dormindo!
E lindo
À luz dum fósforo, acendido a medo,
Despertou sorrindo.
E, lindo,
Dos olhos as meninas me saltaram
Para o nu que se estava descobrindo.
Linda!
Ficou-se ao desgasalho adormecida,
Ai vida,
Como ainda não vi coisa tão linda.
Linda,
Braços abertos em desnudo amplexo,
Seu corpo era uma púbere mendiga,
E ele é que estava pedindo,
Lindo,
O meu sexo.
Surpreendi dormindo!
E lindo
À luz dum fósforo, acendido a medo,
Despertou sorrindo.
E, lindo,
Dos olhos as meninas me saltaram
Para o nu que se estava descobrindo.
Linda!
Ficou-se ao desgasalho adormecida,
Ai vida,
Como ainda não vi coisa tão linda.
Linda,
Braços abertos em desnudo amplexo,
Seu corpo era uma púbere mendiga,
E ele é que estava pedindo,
Lindo,
O meu sexo.
Afonso Duarte (Ereira, Montemor-o-Velho, 1884 - Coimbra, 1958),
Rapsódia do Sol-Nado seguido de Ritual do Amor (1916)
Salve, velho Duarte sempre jovem! Estavas sempre ao lado dos novos, que Apolo te acompanhe lá na eternidade! E que belo mármore para o teu cinzel!
ResponderEliminarÉ verdade, meu caro, que pura beleza! E os novos foram gostando dele. A minha «Obra Poética», se não erro, é organizada pelo Cochofel e outro(s) cujo nome agora me escapa.
EliminarLindo, lindo, lindo!
ResponderEliminarÉ dos mais belos poemas eróticos alguma vez escrito na nossa língua, para mim.
Eliminar