OCEÂNIAS
Ondas do mar me deitaram
sobre o calor das areias
que ao meu corpo se moldaram
pra aquecer as minhas veias.
E aquele corpo de escrava
dando-me força a vencia
pelo gozo que me dava
para o gozo que sofria.
A noite vinha a descer
e subia a maré-cheia...
Eu já tinha o meu poder:
fugi à praia, deixei-a.
Foi assim que regressei
das conquistas do mar bravo,
e ergui palácios de rei
sobre refúgios de escravo.
Branquinho da Fonseca (Mortágua, 1905 - Malveira da Serra, Cascais,1974),
in presença #7, Coimbra, 8-XI-1927
Na "presença" nº 7, p. 3, o poema tem o título de OCEANIAS COSMORAMA e é composto de 8 quadras, não de 4. Aliás, é assim que figura na antologia "A Poesia da Presença" de Maria Teresa Arsénio Nunes, Seara Nova, 1982, que tenho aqui à mão. A antologia do Casais não vi.
ResponderEliminarCaro, tenho o n.º 7 aberto à minha frente. Trata-se de dois poemas, quando muito poderia ser encarado como um díptico -- a paginação, que era do próprio Branquinho -- a isso poderia levar, mas mesmo assim tenho dúvidas.
EliminarAbraço