«O Natal chegava e depois dele a Páscoa. E era nestas épocas que se operavam os abalos. A morte das galinhas e do peru, a morte do porco, eram acidentes monstruosos que lhe alteravam todo o entendimento do mundo. Ela procurava então o esconderijo amigo das suas sombras predilectas e fechava-se à estridência das azáfamas exteriores, porque o pequeno coração só se abria diante do esplendor das flores e das borboletas, o corpo aconchegava-se ao conforto macio dos brinquedos e os únicos ruído consentidos eram apenas os das suas fantasias.»
Um Lugar para os Dias, Lisboa, Chiado Editora, 2013, p. 105.
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