AMOR-METEORO
Encontrei-a no cais, ao embarcar,
E, após um curto olhar retribuído,
Tão preso me senti, tão seduzido,
Que até como isto foi nem sei contar.
Só sei que agradeceu o meu olhar
Com outro mais gentil e enternecido,
E que fiquei em terra possuído
De um ódio torvo e estranho contra o mar.
Não mais em minha face inconsolável
Demorará seus olhos de veludo!
Não mais aquele instante inolvidável!
Um protesto de amor ardente e mudo,
Um sorriso, uma dor incomportável,
Um triste volver de olhos... e foi tudo.
Ed. Bramão de Almeida (1887-?),
Maré Alta (1934)
Podia ser meu, com 15 anos.
ResponderEliminarSem dúvida, um caso de precoce genialidade.
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