Cantiga sua partindo-se
Senhora, partem tão tristes
Meus olhos por vós, meu bem,
Que nunca tão tristes vistes
Outros nenhuns por ninguém.
Tão tristes, tão saudosos,
Tão doentes da partida,
Tão cansados, tão chorosos,
Da morte mais desejosos
Cem mil vezes que da vida.
Partem tão tristes os tristes,
Tão fora d'esperar bem,
Que nunca tão tristes vistes
Outros nenhuns por ninguém.
João Roiz de Castelo Branco (Sécs. XV-XVI).
antologiado por Garcia de Resende no Cancioneiro Geral
Agrada-me vé-lo "na senda da poesia" trovadoresca. Continue. Abraço.
ResponderEliminarE onde pára a sua? Esta já está feita e foi até ao XXI. outro abraço
Eliminar" partindo se "
ResponderEliminarhttps://youtu.be/CprYUY9RQ_0?feature=shared
ResponderEliminarO HOMEM IMAGINÁRIO
ResponderEliminarO homem imaginário
vive numa mansão imaginária
rodeada de árvores imaginárias
à margem de um rio imaginário
Dos muros que são imaginários
pendem antigos quadros imaginários
irreparáveis rachaduras imaginárias
que representam feitos imaginários
ocorridos em mundos imaginários
em lugares e tempos imaginários
Todas as tardes tardes imaginárias
sobe as escadas imaginárias
e se debruça na varanda imaginária
olhando a paisagem imaginária
que consiste num vale imaginário
circundado de colinas imaginárias
Sombras imaginárias
vêm pelo caminho imaginário
entoando canções imaginárias
à morte do sol imaginário
E nas noites de lua imaginária
sonha com a mulher imaginária
que o brindou com amor imaginário
volta a sentir essa mesma dor
esse mesmo prazer imaginário
e volta a palpitar
o coração do homem imaginário
Nicanor Parra (Tradução de Carlos Machado)
Já veio a Amália, tomem lá agora do Adriano: https://www.youtube.com/watch?v=zhJtEBtVJao
ResponderEliminarÉ a guerra!
ResponderEliminarhttps://youtu.be/S2Ip-uUhaoI?feature=shared
Deste sempre gostei tanto que o sei de cor, desde rapazinho.
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