AMOR DA PALAVRA, AMOR DO CORPO
a Maria Aliete
Galhoz
A nudez da palavra que te despe.
Que treme, esquiva.
Com os olhos dela te quero ver,
que te não vejo.
Boca na boca através de que boca
posso eu abrir-te e ver-te?
Todo o espaço dou ao espelho vivo
e do vazio te escuto.
Silêncio de vertigem, pausa, côncavo
de onde nasces, morres, brilhas, branca?
És palavra ou és corpo unido em nada?
É de mim que nasces ou do mundo solta?
Amorosa confusão, te perco e te acho,
à beira de nasceres tua boca toco
e o beijo é já perder-te.
ANTÓNIO RAMOS ROSA, Nos seus Olhos de Silêncio (1970)
Bem merece um poema, a Maria Aliete Galhoz, este e ouros mais.
ResponderEliminarO que mais me chateia é o lixo na rua a céu aberto. Cascas.
ResponderEliminarE nomes de feiticeiro.
Eu e o pessoal da rua
ResponderEliminarGrandiloquência
https://youtu.be/pXezLv_5RaY?feature=shared