SE TU VIESSES VER-ME…
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços…
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca… o eco dos teus passos…
O teu riso de fonte… os teus abraços…
Os teus beijos… a tua mão na minha…
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca…
Quando os olhos se me cerram de desejo…
E os meus braços se estendem para ti…
FLORBELA ESPANCA, Charneca em Flor (1931)
Florbela! Já cá faltava.
ResponderEliminarNão percebeu nada do poema.
EliminarPoupem-me.
ResponderEliminarNem sapato
ResponderEliminarNem sapatinho
Nem sapatão
O retrato de Jean Cocteau
ResponderEliminarA gravata de seda (natural)
A peúga CD dum avestruz
Um orfeu de vison e o imoral
Brilho das unhas da cidade luz.
Manicuro de versos pedicuro
Das patas sanjoanetas das marquesas
Diamantebronca abrindo mais um furo
No taipal das moléstias chãburguesas.
Artista do perna-alta do pernaud
Do anel de safira do avô
Da puta que pariu a mariquice.
Deboche não de baixo mas de buxo
Cinzelado a primor. Bacio de luxo
Do mijo deslumbrante da chatice!
J.C. Ary dos Santos
Sim, a Florbela -- também tenho para a troca.
ResponderEliminarD'ALMA CONCEIÇÃO, sempre!
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