A ÁRVORE
Semelhante à sombra do homem,
assim chego à luz das chamas. Ardo
em dúvida, múltiplo e dividido,
e também ouço o barulho dos que medem
a dupla distância: da razão à loucura,
da cabeça aos pés.
Na verdade, os áridos olhos evitam o
azul,
a cor uníssona,
e rendem ao túmulo solar o culto
da sua própria abertura.
Pródigos em sagrado
para que eu, receosamente, nomeie
os grandes braços da tempestade.
NUNO JÚDICE, O Mecanismo Romântico da Fragmentação (1975)
Apesar de gostar de algumas coisas, ele não é um dos meus poetas.
ResponderEliminarO nosso amigo talvez seja mais do género Florestan Fernandes de quem António Cândido foi um companheiro de armas. Um pensador nato. Aconselho a ler o texto "Carlos Marighella, a chama que não se apaga" considerando tal homem "um sonhador com os pés no chão e a cabeça no lugar".
ResponderEliminarGosto deste Judice inicial aonde incluo naturalmente o Judice da "Noção de Poema" cuja leitura recomendo. Desgosta-me este NJ do tipo cozido à portuguesa com letras . No entanto, è seguramente uma inteligência rara que nos surpreende a cada momento das suas" prospecções " nos mais distintos campos da cultura aonde estâ completamente àvontade.
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