SONETO DO JOSÉ MATIAS
Aquela aparição, aquela espuma
Que finge ter também um corpo…,
aquela
Que é por de mais subtil, por de mais
bela,
Para existir aquém do sonho e a
bruma,
Aquela em quem amei nem sei que suma
De nuvem, flor, árvore, névoa,
estrela,
Aquela que a mim próprio me revela,
E me é todas as mais sem ser nenhuma,
Sim, tem um nome, é quase uma
qualquer,
(Tem o nome de Elisa…) e foi mulher
Dum que a deixou, morrendo, ao dono
actual.
Esses, não eu!, te gozem, corpo
triste.
A Beleza que encarnas e traíste
Só desce até cá baixo ao meu portal…
--- Biografia, 1929
Tem que ver com o conto do Eça? Tenho de o reler...
ResponderEliminarSim, tem. O Eça que Régio não amava, mas respeitava... O conto "José Matias" é do melhor que há no Eça contista.
ResponderEliminarEle amava o Camilo, e o que escreveu sobre o Júlio Dinis é regianamente certeiro. Décadas à frente dos bonzos.
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