13 de dezembro de 2024

as aberturas de CONTOS EXEMPLARES

 

4. «Praia». «Era uma espécie de clube de Verão.»

3. «Retrato de Mónica». «Mónica é uma pessoa tão extraordinária que consegue simultaneamente: ser boa mãe de família, ser chiquíssima, ser dirigente da "Liga Internacional das Mulheres Inúteis", ajudar o marido nos negócios, fazer ginástica todas as manhãs, ser pontual, ter imensos amigos, dar muitos jantares, ir a muitos jantares, não fumar, não envelhecer, gostar de toda a gente, toda a gente gostar dela, dizer bem de toda a gente, toda a gente dizer bem dela, coleccionar colheres do séc. XVII, jogar golfe, deitar-se tarde, levantar-se cedo, comer iogurte, fazer ioga, gostar de pintura abstracta, ser sócia de todas as sociedades musicais, estar sempre divertida, ser um belo exemplo de virtudes, ter muito sucesso e ser muito séria.» 

2. «A viagem». «A estrada ia entre campos e ao longe, às vezes, viam-se serras.»

1. «O jantar do bispo». «A casa era grande, branca e antiga.»


Sophia de Mello Breyner Andresen, Contos Exemplares [1962], 4.ª ed., Lisboa, Portugália, s.d.

5 comentários:

  1. Era uma casa muito engraçada:
    Não tinha teto, não tinha nada.
    Ninguém podia entrar nela, não,
    Porque na casa não tinha chão.
    (…)
    Vinicius de Moraes

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  2. Mónica é uma máscara.
    Os outros também.
    Mónica não existe.
    Os outros também.

    E tudo rima
    Tam bem.

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  3. São aberturas...mas se considerarmos a "micronarrativa" como subgénero, aliás cada vez mais divulgado podemos considerar estas aberturas o conto na versão integral ! O que é espantoso pelo que deixa de espaço à imaginação do leitor. No Japão e não só existem contistas de telemóvel escrevendo no metro durante o almoço por falta de tempo e condições melhores...e há por aí quem faça comentários pelos bares...por motivo idêntico....





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  4. PS: leiam a Matilde Campilho, "Flecha".

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