29 de janeiro de 2012
porque gosto tanto do Manuel da Fonseca
26 de janeiro de 2012
mais uma epígrafe, esta de Nietzsche
Biografia (sonetos) de JOSÉ RÉGIO
uma epígrafe de Almeida Garrett
Onde todo o seu mundo se encerra,
Porque aí tem -- o seu bem -- seus amores.
A Adélia, apud Bernal-Francês.
n'Os Meus Amores, de Trindade Coelho
22 de janeiro de 2012
uma epígrafe de Fernando Pessoa
Senhor, Falta cumprir-se Portugal.
Mensagem
n'O Labirinto da Saudade, de Eduardo Lourenço.
Alice Ruiz
19 de janeiro de 2012
Pedro da Fonseca - um escritor desconhecido - homenagem
Professor, por necessidade e vocação, sacerdote, por amor à mãe e singular missão, escritor, por entranhado afeto à pátria / língua portuguesa e necessidade pungente de clamar revoltas, angústias, ideias, solidão e medos, Pedro Inês da Fonseca, aos 93 anos, deixou que lhe entregassem o corpo, à terra, na manhã fria de 27 de Novembro de 2011.
Homem simples, solitário, humilde, mas sensível e conhecedor da vida e da alma humanas, além de artífice, rigoroso, da língua que falamos, foi capaz de nos legar uma obra literária, em 28 volumes, impressos a custas suas (Europress), e mais 42, já publicados e em vias de publicação, em blog criado para o efeito: (http://pedrofonseca1918.blogspot.com). Nas gavetas e estantes, segundo confidência, estará quase outro tanto que o tempo e a saúde lhe não permitiram rever (com visão monocular debilitada pelos anos e esforço, é pena que muitas gralhas de digitação lhe perturbem, muitas vezes, a escrita).
Filhos, assim lhes chamava, com desilusão de não ter tido outros.
Rigoroso na forma, seguidor dos clássicos, insurgiu-se contra os desmandos do linguajar e escrever; três dos seus livros foram batizados “Venha Aprender Português Comigo”.
Conservador, nalgumas questões do mundo e da vida (religião e vocação genuína, educação cívica, morigeração de costumes, homossexualidade…) não hesitou em assumir posições de fronteira, contra o celibato imposto (por antinatural, causador de males sociais e morais, não determinado por Jesus), a educação forçada e não construída na razão (sem respeito pela liberdade de cada ser), a vocação induzida, seja para a vida religiosa, seja para qualquer mister (manancial de infelicidade sem termo)…
Com amor arreigado, à pátria, zurziu os seus vendilhões, de ontem e de hoje.
De uma religiosidade profunda, os seus escritos estão impregnados dos mais puros conceitos, influenciados por algum ecumenismo quando, em África, conviveu, de perto, com várias confissões cristãs.
Sem olvidar o romance (ou novela, como preferia chamar), a sua obra tem como pilares as Memórias (diários d’aquém e d’além mar) e a didática, em vários espaços da vida e do saber, sob o título Consulta da Tarde.
Ao sofrer, na pele, os horrores e humilhações, como refugiado, no sul de Angola e Namíbia, aquando da descolonização, deixou-nos linhas talhadas a sangue, retratos palpitantes de uma época da nossa história, com os erros e virtudes dos mesmos homens que a foram decidindo.
O que fica por dizer, contrariando o meu impulso de antigo aluno e de amigo de há muitos anos! Manda porém o bom senso que me detenha.
Mas, na hora em que o seu coração deixou de bater, impunha-se-me o dever, sentido, deste preito singelo.
JMS
Homenagem prestada na sessão de 6 de janeiro de 2012
16 de janeiro de 2012
POEMA CONFIADO À MEMÓRIA DE NORA MITRANI, Alexandre O'Neill
nos meus joelhos, deixa-me alisar-te,
ó amável bichinho, o pêlo fino;
depois, a contra-pêlo, provocar-te!
Se eu pudesse juntar no mesmo fio
(infinito colar!) cada arrepio
que aos viajeiros comprazidos dedos
fizesse descobrir novos enredos!
Se eu pudesse fechar-te nesta mão,
tecedeira fiel de tantas linhas,
de tanto enredo imaginário, vão,
e incitar alguém: -- Vê se adivinhas...
Então um fértil jogo amor seria.
Não este descerrar a mão vazia!
Lido na sessão de 6 de Janeiro de 2012
15 de janeiro de 2012
flores em la mar
13 de janeiro de 2012
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA
AINDA OSWALD DE ANDRADE
11 de janeiro de 2012
Oswald de Andrade, 122
10 de janeiro de 2012
POEMA, Mário Cesariny
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco.
Eros de Passagem -- Poesia Erótica Contemporânea, selecção e prefácio de Eugénio de Andrade, Porto, Limiar, 1982, p. 46.
Lido na sessão de 6 de Janeiro