4. «Da identidade provisória e amarela». «Estou novamente nessa longa fila, numa rua erma, escondida da Cidade Velha, de uma decadência cinzenta a escamotear tempos áureos já quase esquecidos, junto ao edifício das migrações, a destoar do panorama humano que me rodeia.»
3. «O dragão da biblioteca». «Entro agora na biblioteca da Faculdade de Humanidades da Universidade da República Oriental do Uruguai.»
2. «A visitante». «Abro as portas da memória e entro num dia de Março de 2002, uma página de calendário já desbotada, arrancada dos muros escorregadios do tempo.»
1. «Voo para um novo tempo». «Revejo aquele 30 de Novembro de 2001 como uma espécie de retrato a sépia posto em cima da cómoda da memória, as horas atribuladas, a ida de comboio para Lisboa, depois de táxi para o aeroporto.»
Dora Nunes Gago, Palavras Nómadas, Vila Nova de Famalicão, Húmus, 2023.
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As barbas do velho desbotado
ResponderEliminarO fato de barriga descaída
O saco quedo de brinquedos
E o céu sem rena de partida
Aqui estou eu, musgo simbiótico do estábulo do Menino Jesus, que ainda não nasceu, com a Virgem Mãe ectópica, de braços em berço eterno, à espera de Deus…
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