25 de setembro de 2013

Valter Hugo Mãe 42

Valter Hugo Mãe (Valter Hugo Lemos) nasceu em Saurimo, na Lunda Sul,  Angola,
em 25 de Setembro de 1971

19 de setembro de 2013

e assim começa OS MILAGRES DO ANTICRISTO

Corria o tempo em que Augusto era imperador de Roma e Herodes rei de Jerusalém.

Selma Lerglöf, Os Milagres do Anticristo, tradução de Liliete Martins, Lisboa, Cavalo de Ferro, 2008, p. 9.

6 de setembro de 2013

dou estrelas a Régio...

Hoje apetece-me dar estrelas aos contos do Régio (a bloga ou é lúdica ou não é bloga!); e como gosto de pensar que sou um gourmet  destas coisas (como diria o Jaime Brasil), aqui vai o atrevimento dum mero leitor.

«Menina Olímpia e sua criada Belarmina» (****) Um conto cheio de piedade. A caracterização da grotesca menina Olímpia, menina já entrada e metida consigo -- na realidade, no limiar da demência --, que se veste e pinta como quando era rica e casadoira sem deixar indiferentes os passantes, e da velha criada Belarmina que a acompanha na degradação do modo de vida de ambas, numa ilha portuense. O confronto entre as duas, quando, por bem-querer,  a aia Belarmina sugere à patroa que se vista com mais conforto na sua pobreza e com menos espavento do que costumava na sua idumentária de vinte anos atrás, é, para mim, o grande momento da história:  «Quando compreendera, menina Olímpia esganiçara umas risadas de escárnio, tivera uns gestos de frenéticos, falara -- pela primeira vez -- na diferença de condição que as separava [...]» -- e por aí fora, até à cruel humilhação da criada: «Reparasse ela ao menos, bruta!, (chegara a chamar-lhe bruta!) reparasse ela ao menos, bruta!, como a cumprimentavam respeitosamente os cavalheiros [...]» (p. 34).

«História de Rosa Brava» (*****) O melhor dos textos, cheio de raça, de finura psicológica, o modo como as personagens nos são reveladas, a força selvagem  de Rosa, com «os seus esplêndidos olhos negros, olhos cuja sombria beleza só primo Rogério até então soubera ver [...]» (p. 65). Do melhor que se pode ler.

«Os namorados de Amância» (**) Talvez o menos conseguido, história de proveito e exemplo sobre a frivolidade, provavelmente adequado à revista Eva, onde foi originalmente publicado.

«Os paradoxos do bem» (***) Muito interessante para quem conhece bem Régio, versando sobre os grandes problemas que sempre o interessaram, a Arte e Deus. Neste particular, prefiro o Régio escritor de ideias, o crítico, o ensaísta, o diarista, o metafísico desse deslumbrante Confissão dum Homem Religioso.

«Marina e a Camélia» (****) Um pequeníssima jóia, quase neo-realista...